Aluno do estado do RJ, consulte sua nota on-line!

Aluno do estado do RJ, consulte sua nota on-line!
Aluno do estado do RJ, clique para visualizar seu boletim

Liberdade ainda que à tardinha.

Liberdade ainda que à tardinha.
Licença para a logomarca do BlogGi - La Liberté guidant le peuple, Eugène Delacroix, 1830, no Museu do Louvre

quinta-feira, 29 de abril de 2010

IDADE MÉDIA na Europa Ocidental - LINHAS GERAIS. muito gerais




Para os alunos do ensino fundamental.





(image from: http://medievaleurope.mrdonn.org/banner_feudalism.gif)

A Idade Média foi formada a partir do fim do Império Romano, no século V d.C.


O principal fato ligado à queda do império romano, e que influenciou a Idade Média, foi a invasão dos bárbaros. Os bárbaros eram povos do norte da Europa, ditos germânicos, que não falavam nem grego nem latim, e que tinham como característica cultural a violência e a forte organização para a guerra. Observe esta excelente animação e conheça um pouco mais sobre os bárbaros:


Os bárbaros formaram vários reinos pela Europa, que no período medieval tinha a seguinte configuração espacial:


(image from http://media.maps.com/magellan/Images/WRLH039-H.gif)

A Idade Média durou mil anos, e gerou uma sociedade com traços romanos – como o Direito e a base latina da linguagem – misturados a uma forte herança da cultura dos povos bárbaros – como a cavalaria, o direito consuetudinário (por costume), e toda tradição guerreira.

As artes marciais européias
(para saber mais sobre as artes marciais na Europa medieval, visite http://arsgladiatoria.wordpress.com/)

Os cavaleiros nobres – senhores feudais- firmavam um contrato de vassalagem, que consistia num juramento de fidelidade entre suseranos e vassalos, onde os suseranos concediam o direito a um pedaço de terra (feudo) ao vassalo, e este jurava protegê-lo militarmente.

(leia sobre o contrato de  vassalagem em http://hist7alfandega.blogspot.com/2009/03/d.html )

A sociedade na Idade Média estava dividida em estados, estamentos ou ordens. Estas divisões são assim chamadas pelo fato de que não há mobilidade social: se você nasce numa destas camadas, não importa o que aconteça com você ao longo da vida. Enriquecenr ou empobrecer, não vai fazer com que você pertença a outro grupo social. A posição social do indivíduo, então, numa sociedade estamental, é determinada pelo seu nascimento. Visualmente, fica assim:


Ou, mais simplesmente, assim:
(retirado de http://projetodehistoriaanjodaguarda.blogspot.com/2009/03/feudalismo.html - visite!)

A Igreja era a instituição mais poderosa da Idade Média. Economicamente, detinha 1/3 das terras européias. Na Idade Média, a terra era o bem mais valioso – veremos porque em seguida. Assim, podemos dizer que a Igreja era a instituição mais rica da Idade Média.

(As imponentes catedrais góticas, que fazem qualquer mortal se ajoelhar diante da imensidão e poder divino)

Outro fator que conferia poder à Igreja era a dominação cultural: a religião era fundamental em todos os aspectos das vidas das pessoas. Todos os ensinamentos e explicações para os fatos eram retirados da Bíblia, mas não pelas pessoas comuns, e nem mesmo pelos nobres. Isto aconteceu porque a maioria da população era analfabeta, e dependia dos padres para ler e interpretar os ensinamentos da Bíblia. Assim, verdade ou mentira, o que eles diziam que era, virava a coisa certa a fazer ou a pensar. Por isto se diz que a Igreja tinha o domínio cultural e ideológico na Idade Média.

A ideologia mais importante veiculada pela Igreja era a ideologia das 3 ordens, e foi proferida pelo bispo Adalberto de Laon. Ele dizia que a vontade de Deus era que a sociedade fosse dividida em 3 grupos: os que oram, os que guerreiam e os que trabalham. Estes 3 grupos coincidiam com os 3 grupos sociais que já vimos, da seguinte forma:

Deste modo, o único grupo que trabalhava era do 3º estado. Os demais (1º e 2º estados), tinham o direito, dado por Deus, de receber o fruto da produção do suor do trabalho do 3º estado.

A ideologia das 3 ordens, veiculada pela Igreja, acabava justificando a super exploração dos senhores feudais sobre os seus camponeses. O feudalismo tem este nome por ser um sistema que funciona à base de feudos. Feudos são benefícios, ou privilégios concedidos a um nobre. O feudo mais precioso era a terra: da posse da terra os nobres retiravam vários outrso benefícios (feudos). Vejamos um esquema de feudo:


[imagem retirada de: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmlIpE9NdQqBSL8PiKtN9tds7X__wH4EhSbd0vLhuV9S6xNgI7BkcZoXDdfM38BJgIA1GPISiIz0O20EqCYG8WmF9Fl0PP7JUXmzgMtvoJePRRJ3inSjaAYQU65b1CBSDLF4aDad6yghUB/s1600/feudo.jpg]

- Terras ou mansos senhoriais: destinadas à produção para os senhores feudais;
- Terras ou mansos servis: destinada à produção dos servos (camponeses);
- Terras de uso comum: pastos e bosques.

O camponês era super explorado: como vimos, os nobres senhores feudais, segundo a “vontade de Deus”, não trabalhavam, pois a sua função era fazer a guerra e proteger os demais. Então, quem trabalhava nos mansos senhoriais? Os camponeses. Eles tinham um acordo com os senhores feudais: alguns dias da semana cultivavam nas terras dos senhores (mansos senhoriais), em troca recebiam um pedaço de terra – mansos servis – para cultivarem também. A produção total recolhida pelo servo, ao final, ficava assim:

- tudo o que era produzido nos mansos senhoriais ia para o senhor; este pagamento era denominado “corvéia”;
- do que era produzido nos mansos servis, era retirado um percentual para o senhor;
- além disso, os servos pagavam dízimos para a Igreja (10% de sua produção);
- além disso, os servos pagavam para usar qualquer instrumento do senhor – fornos para assar o pão, e até mesmo o direito de atravessarem pontes – tributos denominados banalidades.

Ou seja: os camponeses viviam aprisionados em dívidas, de tantas taxas a que estavam submetidos. Pagavam mais do que comiam...


Veja que resumo geral ótimo nesta linda ilustração:

disponível em: http://historia10.files.wordpress.com/2009/01/sociedade-feudal.jpg

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O PERIGO DE UMA HISTÓRIA ÚNICA - Chimamanda Adichie

Africana, negra, linda, mulher, e superinteligente.
Como é possível isso?? Esta história é mais comum do que pensamos. Apenas vemos tanta novela e bobagens pela vida, que perdemos a chance de conhecer novos mundos e novas histórias.
Vale a pena conferir Chimamanda Adichie explicando-nos como é ruim termos apenas uma versão da história. Geralmente a história fica conhecida apenas do ponto de vista de quem tem interesse em dominar. Conhecer apenas uma versão das histórias faz com que perpetuemos a injustiça e a opressão no mundo! Como? Assista o vídeo. E nunca mais se contente apenas com aquilo que contam para você... e, ao invés de se aborrecerem, sintam-se aliviados quando a professora de história levanta questões sobre os fatos apresentado para vocês pensarem: é para que vocês deixem de ser vítimas de sua própria história, e, ao contrário, se tornem senhores de vocês mesmos.

Abaixo a cultura do silêncio! Cadê nós no mundo das narrativas e áudio-visuais? Questione, busque, viva diferente com a experiência de Chimamanda Adichie.



segunda-feira, 26 de abril de 2010

RESUMO BACANA: PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

Olá alunos,

Encontrei na net um excelente resumo da Primeira Guerra Mundial, espero que gostem. Em seguida, uma sequência de slides para você rever o assunto e compreender com imagens.

Boa revisão!

Resumo Primeira Guerra Mundial
Por: EncBrasil e Prof. Fernando Luiz Duarte

Conflito armado que começa em 1914 como uma disputa local entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia, estende-se às potências imperialistas da Europa e atinge o mundo inteiro. O estopim é o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando (1863-1914), herdeiro do trono austríaco, em Sarajevo (atual Bósnia-Herzegóvina). A guerra termina em 1918, causando a morte de mais de 8 milhões de soldados e 6,5 milhões de civis.
Resumo Primeira Guerra Mundial
Confrontam-se dois grupos de países organizados em pactos antagônicos: a Tríplice Aliança, liderada pela Alemanha, e a Tríplice Entente, que vence a guerra, encabeçada pela França. A Europa perde sua posição na liderança planetária para os Estados Unidos (EUA), que assumem o comando das negociações mundiais e passam a ser o centro de poder do capitalismo. A reorganização do cenário político no continente europeu e as condições impostas pelo Tratado de Versalhes ao perdedor, a Alemanha, levam à II Guerra Mundial. O mundo do pós-guerra assiste também à implantação do primeiro Estado socialista, a União Sovética (URSS).

Antecedentes – O choque de interesses imperialistas das nações européias, aliado ao espírito nacionalista emergente, é o principal motivo do conflito. No começo do século XX, a Alemanha se torna o país mais poderoso da Europa Continental após a Guerra Franco-Prussiana (1870) e a arrancada industrial propiciada pela unificação do país em 1871. A nova potência ameaça os interesses econômicos do Reino Unido e os político-militares da Rússia e da França. As diferenças entre França e Alemanha são acirradas pela disputa do Marrocos. Em 1906, ele é cedido à França por um acordo.

A anexação da Bósnia-Herzegóvina pelos austríacos em 1908 causa a explosão do nacionalismo sérvio, apoiado pela Rússia. Outros enfrentamentos, dessa vez entre Sérvia e Áustria após as Guerras Balcânicas, aumentam a tensão pré-bélica. Esses conflitos de interesse levam à criação de dois sistemas rivais de alianças. Em 1879, a Alemanha firma com o Império Austro-Húngaro um acordo contra a Rússia. Três anos depois, a Itália, rival da França no Mediterrâneo, alia-se aos dois países, constituindo a Tríplice Aliança. A Tríplice Entente tem origem na Entente Cordiale, formada em 1904 pelo Reino Unido e pela França para se opor ao expansionismo germânico. Em 1907 conquista a adesão da Rússia.

O mundo em guerra – Em 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, sucessor do Império Austro-Húngaro, e sua esposa são assassinados durante visita a Sarajevo, na Bósnia-Herzegóvina, pelo estudante anarquista sérvio Gravilo Princip. Confirmada a cumplicidade de políticos da Sérvia no atentado, o governo austríaco envia em julho um ultimato ao governo sérvio. Exige, entre outras medidas, a demissão de ministros suspeitos de envolvimento com os terroristas. Como a Sérvia reluta em atender às exigências, o país é invadido pelos austríacos em 1º de agosto.

O complexo sistema de alianças que impera no continente conduz outros países europeus ao conflito. A Rússia declara guerra à Áustria, e a Alemanha se junta às nações contra a Rússia. A França, ligada aos russos, mobiliza tropas contra os alemães. No dia 3 de agosto de 1914, o mundo está em guerra. Outras nações tomam parte dela em seguida: o Reino Unido alia-se à França; a Turquia, do lado dos alemães, ataca os portos russos no mar Negro; e o Japão, interessado nos domínios germânicos no Extremo Oriente, engrossa o bloco contra a Alemanha.

Ao lado da Entente entram outras 24 nações, estabelecendo uma ampla coalizão, conhecida como os países Aliados. Já a Alemanha recebe a adesão do Império Turco-Otomano, rival da Rússia e da Bulgária, movida pelos interesses nos Bálcãs. A Itália, embora pertencente à Tríplice Aliança, fica neutra no início, mas troca de lado em 1915, sob promessa de receber parte dos territórios turco e austríaco. Na frente ocidental, a guerra entre França e Alemanha não tem vitoriosos até 1918. Na frente oriental, os alemães abatem o Exército da Rússia.

Já fragilizado pela derrota na Guerra Russo-Japonesa, o povo russo atinge o ponto máximo de insatisfação com o conflito, o que gera condições favoráveis para a Revolução Russa. Com a derrota militar russa consumada e o risco de a Alemanha avançar pela frente oriental e atacar a França, os EUA entram na guerra e decidem o confronto. O objetivo do país na luta é preservar o equilíbrio de poder na Europa e evitar uma possível hegemonia alemã.

A paz – Em julho de 1918, forças inglesas, francesas e norte-americanas lançam um ataque definitivo. A guerra está praticamente vencida. Turquia, Áustria e Bulgária rendem-se. Os bolcheviques, que com a queda do czar russo assumem o poder após dois governos provisórios, já haviam assinado a paz em separado com a Alemanha, em março, pelo Tratado de Brest-Litovsk. A fome e a saúde precária da população alemã levam o país à beira de uma revolução social. Com a renúncia do kaiser, exigida pelos EUA, um conselho provisório socialista negocia a rendição. Em 28 de junho de 1919 é assinado o Tratado de Versalhes, que põe fim à guerra.


Antecedentes:

* Disputas coloniais pela África em busca de matéria prima
* Entrada tardia da Itália e Alemanha na partilha colonial
* Disputas por mercados consumidores
* Belicismo (corrida armamentista)
* Enfraquecimento do império Turco
* Guerra da Crimeia
* Política de alianças
* Assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando (estopim)

A Guerra: Blocos envolvidos
- Tríplice Aliança-> Turquia, Alemanha, Áustria, (Itália)
- Tríplice Entente-> Inglaterra, França, EUA(1917) e Itália

Principais características e acontecimentos:

Inicialmente uma guerra em três frentes 1914 (1ª Fase)

Ocidental- Onde Alemães combatem franceses
Oriental- onde os alemães combatem os russos
Bálcãs- Austríacos contra sérvios

* Turquia entram na guerra em buscas de ilhas no mediterrâneo contra a Rússia
* Japão entra na Guerra objetivando colônias alemãs no pacifico
* Invasão da Bélgica pela Alemanha objetivando a França
* Guerra de movimentos rápidos com avanços principalmente da tríplice aliança
* Os Alemães são detidos na Frente Russa e na França

1915 a 1916 (2ª Fase)

* Tem início a guerra de trincheiras onde os avanços são poucos e as mortes são muitas
* Utilização em larga escala de tanques e metralhadoras
* Bombardeamento por parte da aviação de cidades e tropas
* Estados Unidos e Brasil declaram oficialmente sua neutralidade
* As potencias centrais começam a se enfraquecer por falta de reabastecimento

1917 a 1918 (3ª Fase)

* Os alemães começam a se utilizar gases tóxicos nas batalhas
* Recrudesce a guerra submarina alemã
* A Itália é derrota e detida pelos austríacos
* Navios dos Estados Unidos e do Brasil são torpedeados
* Estados Unidos declara guerra a tríplice aliança e desequilibra o conflito
* Brasil declara guerra a tríplice aliança e manda equipe médica
* A Rússia sai do conflito (tratado de Brest-Litovisk)
* A tríplice aliança passa a sofrer varias derrotas não resistindo mais à superioridade inimiga se rende

Conseqüências:

- Assinatura do tratado de Versalhes onde a Alemanha é tremendamente humilhada
- Novo surto de industrialização no Brasil
- Os Estados Unidos tornam-se a 1ª potencia mundial
- A revolução russa
- Decadência econômica européia
- Surgimento de regimes ditatoriais por todo o mundo
- Revanchismo alemão
- Ressentimento italiano
- Nova corrida armamentista
- 2ª Guerra mundial

Retirado do site "Mundo vestibular", disponível em: http://www.mundovestibular.com.br/articles/6149/1/Resumo-Primeira-Guerra-Mundial/Paacutegina1.html

ATENÇÃO NA SEQUÊNCIA DE SLIDES AGORA! Para ver as imagens separadas, e com tempo de ler o que está escrito (kkkk) clique em "ver todas as imagens". Você será direcionado para o site que contém todas as imagens armazenadas.



Você pode baixar as imagens clicando em cima da sequência de slide e solicitando o donwload na página onde estão armazenadas.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

CHARGE: PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

Olá, mais um desafio para os alunos da 8a série.
Na charge abaixo, o "retrato" da Europa desenhado pelo brilhante chargista W. Trier.

Indique a crítica embutida na charge, e que situação você mais gostou, ou mais chamou a sua atenção.

- gravura retirada de: http://www.wackyarchives.com/offbeat/satirical-maps-of-europe.html

QUESTIONÁRIO DE REVISÃO SOBRE A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

Olá alunos, vamos fazer um teste. Estou, uma semana antes, colocando um questionário de revisão para a prova sobre a Primeira Guerra Mundial. Quero ver quem de vocês está acessando o blog à procura de informações. Se você por acaso passou aqui, faça uma boa ação, conte para o seu colega: "tem revisão de Primeira Guerra Mundial no blog para a gente estudar!".

Como diriam os romanos, Alea jacta est.

"Pô prófi, na boa, não tenho professor de latim", diria você. "Bota no google", digo eu.

Boa revisão.

Para fazer o exercício, pode ser por aqui, ou clicando no link abaixo: https://spreadsheets.google.com/viewform?formkey=dFVvNmN5Q0szdVRNTTdKTi1KZ2oyV2c6MA

Se você preencher aqui na página mesmo, clique em "Continue", que é Continuar em inglês, pois tem mais uma página de perguntas depois da primeira. Não deixe de clicar em Submit para eu saber que você fez o exercício.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

PROJETO - HISTÓRIA AFRICA E INDÍGENA

Taí uma obra que eu fiquei curiosa para pesquisar. Quem vai encontrar primeiro em alguma biblioteca?? Ou será que não vou resistir e me endividar mais ainda com o banco para comprá-la??? Quem achar primeiro uma forma de consultar esta obra posta nos comentários... e suba um ponto no meu conceito ahaha!!!

09.02.2010
DICIONÁRIO DE PERSONAGENS AFROBRASILEIROS

retirado de: http://blogs.abril.com.br/lenidavid/2010/02/dicionario-personagens-afrobrasileiros.html

NO CALOR DOS DEBATES SOBRE COTAS RACIAIS, RACISMO E RESGATE DAS CULTURAS SUBALTERNAS QUE FORMARAM O PAÍS, SURGE UMA IMPORTANTE OBRA PARA LEVAR À COMPREENSÃO DO MODO DE EXISTÊNCIA DOS AFROBRASILEIROS NA HISTÓRIA.



DICIONÁRIO DE PERSONAGENS AFROBRASILEIROS.

LICIA SOARES DE SOUZA (ORGANIZADORA)- SALVADOR, QUARTETO EDITORA, 2009.
(61 verbetes escritos por professores de vários estados brasileiros, África e França).

Esta obra é um instrumento de trabalho docente que se alimenta na pesquisa constante em literatura brasileira. Ao mesmo tempo, ela constitui uma leitura agradável para todos aqueles que se interessam pela formação histórica do país.

Nasceu de uma preocupação com o surgimento da Lei 10.639/03, do Parecer no.3 e 4, do Conselho Nacional de Educação (CNE) e da Resolução CNE/CP 01/2004, que instituíram a obrigatoriedade do ensino de História da África e das culturas afrobrasileiras nos currículos das escolas públicas e particulares da Educação Básica. O projeto de Dicionário de Personagens Afro-brasileiros põe em cena as principais figuras literárias, nos séculos XX e XXI, na prosa narrativa, sobretudo, mas igualmente em algumas obras poéticas e musicais, e em contos populares e infantis.

A negritude já representa um importante paradigma para o exame de expressões artísticas que abordam temáticas relacionadas às marcas da cultura africana nas Américas. Os processos de conscientização do valor de tais marcas africanas abrem o caminho para o resgate de todo um universo cultural que sobreviveu, durante séculos, oprimido e relegado ao segundo plano. Nessa direção, chega-se aos processos de mestiçagem aptos a mostrar que a identidade nacional não é um caminho de mão única, mas, sobretudo, uma encruzilhada para onde convergem várias formas expressivas de saberes distintos.

O papel de todos - brancos, indígenas, negros - na formação da nação é inegável. Entretanto, pelas vicissitudes históricas, a cultura branca dominou as outras criando fendas profundas que ainda prejudicam o desenvolvimento social. Os debates sobre essa dominação são intensos e conduzem a muito desencanto em relação a qualquer esforço de valorização das culturas oprimidas, durante séculos. Buscar a visibilidade de uma cultura, tratada como desigual, sempre levanta discussões relativas ao uso de um racismo inverso, estimulando comportamentos parecidos com os da etnia dominante. É como se houvesse um movimento de racismo contra o branco, empreendido por negros e índios.

No entanto, todos os esforços de mostrar o peso do negro e do índio na formação nacional só tem um objetivo: apontar para uma riqueza cultural e patrimonial, que cria uma diversidade mestiça, destinada a estampar a originalidade desse país. Essa obra inédita começa com os afrobrasileiros, contando uma história de dor, sofrimento e opressão, mas também de amizade, com festas, danças, sensualidade, criação artística, vivência popular, utopias políticas. Essa obra original começa homenageando os antepassados escravos dos brasileiros, e tudo que trouxeram, nessa rica transculturação, para fundar um Novo Mundo. Na sequência do projeto de valorização de culturas oprimidas, será necessário, mais adiante, a observação e o exame de outras que tiveram a mesma importância no desenvolvimento do país. Nesse momento, os pesquisadores da Universidade do Estado da Bahia, com o apoio da fundação de pesquisa do estado, sentem-se orgulhosos em formarem uma equipe de pesquisadores de vários estados, da França e da África, para reconhecerem a herança incontornável de um dos povos fundadores da nação.

Licia Soares de Souza (coordenadora do projeto)

Perfil da autora

Minha foto
NIterói, Cabo Frio, RJ, Brazil
Prof ensino médio e fundamental da rede pública estadual do Rio de Janeiro, mestrado em história colonial pela UFF.

VACINE-SE!